Inveja - identificada a área do cérebro ligada à inveja
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Investigadores japoneses
identificam área do cérebro ligada à inveja
Uma equipa de cientistas japoneses conseguiu identificar a região do cérebro que controla o sentimento de inveja. A descoberta, divulgada pela edição on-line da BBC, poderá ajudar os profissionais da área de saúde a lidar melhor com pessoas que sofrem do problema.
«A inveja pode levar uma pessoa a praticar um acto destrutivo e até criminoso para conseguir o que deseja», explicou Hidehiko Takahashi, 37 anos, investigador-chefe do Departamento de Neuroimagem Molecular do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, localizado no subúrbio da capital japonesa. «Ao entendermos como funciona esse mecanismo neurocognitivo poderemos prevenir e tratar esse tipo de conduta», disse o cientista à BBC Brasil.
A investigação, que durou um ano e meio, estudou o comportamento de 19 pessoas em boas condições de saúde. Durante as experiências, eles tiveram os cérebros monitorados por aparelhos de ressonância magnética.
«Antes de monitorarmos as actividades cerebrais, pedíamos aos participantes para se imaginarem integralmente nas situações descritas, como se fossem reais e estivessem a acontecer com eles», explicou Takahashi.
As pessoas eram induzidas a imaginar um cenário que envolvia outras três personagens. Duas delas seriam hipoteticamente mais capazes e inteligentes que os voluntários da pesquisa.
Quando os voluntários sentiam inveja, a parte do córtex dorsal anterior do cérebro era ativada. «Pessoas muito invejosas tendem a ter uma grande actividade nessa região do cérebro, que é responsável pela dor física e também é associada à dor mental», contou o pesquisador.
Os cientistas também perceberam que outra parte do órgão, o corpus striatum, que é associado a sentimento de alegria ao recebermos um prémio, por exemplo, era também estimulado quando as cobaias liam um capítulo que descrevia problemas com outras personagens. Segundo os especialistas, isto indica que as pessoas invejosas sentem mais prazer com a desgraça alheia.
O resultado da investigação foi publicado na última edição do "American Journal of Science".
2009-02-20