DN
02-10-2009
ARDI
Catalogação do esqueleto encontrado na Etiópia demorou 17 anos, mas esta pode ser a chave para compreender melhor a evolução humana.
Tem 4,4 milhões de anos, chama- -se Ardipithecus ramidus e pode ser mais um dos antepassados do homem, diz a equipa de investigadores da Universidade da Califórinia que estudou o fóssil na Etiópia.
Apesar de não estar directamente na linha evolutiva do homem, o Ardi ( nome dado ao esqueleto parcial de uma fêmea) oferece novas informações sobre a forma como a espécie humana evoluiu do antepassado que partilha com o chimpanzé, dizem os investigadores.
O fóssil do Ardipithecus ramidus foi encontrado pela primeira vez na Etiópia em 1992, mas foram precisos mais 17 anos para compreender a sua importância. A equipa internacional recolheu ossos importantes, como o crânio com dentes, braços, mãos, pélvis, pernas e pés. Também foram encontrados outros fragmentos de osso que pertencem a 36 indivíduos diferentes, incluindo jovens, machos e fêmeas.
"Demoramos muitos anos a limpar os ossos no Museu Nacional da Etiópia e depois a restaurar o esqueleto para as suas dimensões e forma original", diz Tim White, da Universidade da Califórnia, citado pela BBC, que demorou algum tempo a "comparar os fósseis com outro encontrados em África".
Algumas das características do animal são próprias do homem moderno (caminhava em dois pés) mas outras são encontradas no chimpanzé (tinha os pés chatos o que não lhe permitia percorrer longas distâncias).
"Este não é um fóssil qualquer. Não é um chimpanzé. Não é um humano. Mostra-nos como costumávamos ser", terminou.