Fórum Económico Mundial - Soluções para a Crise da Dívida na Europa
SIC
26/01/2011
Fórum Económico Mundial arrancou em Davos com crise da moeda única na agenda
A reunião de 2011 do Fórum Económico Mundial arrancou hoje na estância de inverno suíça de Davos. É um local de reflexão sobre soluções para a crise da dívida na Europa, as guerras cambiais e o risco de convulsões sociais.
O Fórum de Davos teve hoje início com o debate das novas dinâmicas do poder na economia global, que, no entender da organização e dos participantes, está a deslocar-se para o Oriente e para os países do Sul.
"O que está a acontecer, na realidade, é um desacelerar do mundo Ocidental ao mesmo tempo que os mercados emergentes estão a crescer. É uma mudança completa nos equilíbrios de poder", disse Azim Premji, presidente da tecnológica indiana Wipro.
"Em dez anos, a economia dos países emergentes será igual ou um pouco maior que a economia dos Estados Unidos", acrescentou.
No mesmo painel, o mais alto funcionário chinês no Fundo Monetário Internacional, Zhu Min, defendeu que a recuperação económica mundial está a ser conduzida sobretudo pela China e pela Índia.
"Para os mercados emergentes, o crescimento é muito forte. A China ainda vai conseguir ter cerca de nove por cento, a Índia terá cerca de oito por cento", acrescentou Zhu, antigo vice-governador do banco central chinês.
Martin Sorrell, presidente executivo da WPP, o segundo maior grupo publicitário mundial, resumiu a posição do painel: "Não é só uma passagem de poder do Ocidente para o Oriente, mas também" do Ocidente para o hemisfério Sul.
"Esta é década da América Latina, com o Brasil a organizar o Campeonato do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos. E, na Ásia, não é só a Índia e a China, mas também países como o Paquistão, o Bangladesh e a Tailândia".
Fórum arranca à sombra dos atentados de Moscovo
O presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, afirmou hoje que os organizadores do atentado de segunda-feira no aeroporto de Moscovo pretendiam colocar a Rússia "de joelhos" e frustrar a sua pretensão de captar investimento estrangeiro direto.
Mas, "calcularam mal" disse Medvedev ao fazer o discurso de abertura da reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça.
O Presidente russo disse aos líderes governamentais e empresariais reunidos na estância de inverno que o ataque "apenas reforça a vontade (da Rússia) de encontrar uma efetiva proteção internacional contra o terrorismo".
O ataque bombista no aeroporto Domodedovo, o maior dos três que servem a capital russa, matou 35 pessoas e feriu mais de 100 e levou os investidores estrangeiros a questionarem-se ao sublinhar os persistentes problemas de segurança na Federação Russa.
Medvedev enumerou razões pelas quais os investidores devem investir no maior pais do mundo, em termos de território, apesar de a economia se confrontar com corrupção e uma grande dependência do petróleo e dos recursos naturais.
"Estou convencido de que a democracia continuará a desenvolver-se, graças à modernização económica", considerou.
Medvedev admitiu que algumas das críticas da comunidade empresarial internacional feitas à Federação Russa eram "merecidas", enquanto outras eram mal dirigidas.
"Estamos dispostos a receber conselhos amigos, mas não precisamos de lições", acrescentou.
O encontro de Davos, com o tema "Normas Partilhadas para uma Nova Realidade", decorre entre 26 e 30 de janeiro.
Reunião em Davos
destaca importância dos países emergentes
para o crescimento global