Corpo de Jorge de Sena trasladado para Cemitério dos Prazeres
RTP
JORGE DE SENA
Nasceu em Lisboa em 1919
30 anos sobre a Morte
os restos mortais ficam depositados no
Cemitério dos Prazeres
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RTP
JORGE DE SENA
Nasceu em Lisboa em 1919
30 anos sobre a Morte
os restos mortais ficam depositados no
Cemitério dos Prazeres
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
Poeta Brasileiro (1902 -1987)
"O poeta não será mais que memória fundida
nas memórias,
para que um adolescente possa dizer-nos que tem em si
todos os sonhos do mundo,
como se ter sonhos e declará-lo
fosse primeira invenção sua.
Há razões para pensar
que a língua é, toda ela,
obra de poesia."
Saramago, José, Diário de Notícias, em 20090422
Sapo
Herman José entrevista Agostinho da Silva
parte2
George Agostinho Baptista da Silva foi um grande filósofo, poeta e ensaísta português.
"Conversas Vadias" CD2
Entrevista com Baptista Bastos
Parte Final
"No final de contas
não tenho feito mais do que apresentar e repetir
o que foi a obra e o pensamento de muitos portugueses do
século XIII,
de Camões, do Padre Vieira, de Fernando Pessoa,
Não sou nenhuma espécie de
génio ou de visionário."
Florbela Espanca
Produção: Gabriela Mangieri
Florbela Espanca
Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo)
Vila Viçosa, 1894-1930
Oeiras
Parque dos Poetas
Árvores do Alentejo
Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca
Os Vendilhões do Templo
Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.
Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.
E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.
Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.
E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
O MOSTRENGO
Vídeo animado com base no poema de
Fernando Pessoa sobre os Descobrimentos
O MOSTRENGO
de
Fernando Pessoa
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
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Florbela Espanca
Desejos vãos
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