Lisboa, 25 Fev (Lusa) -- A Câmara de Lisboa vai apresentar esta semana à Segurança Social um projecto de inserção social para atribuir a desempregados um apoio de 20 por cento do subsídio de desemprego, em troca da prestação de serviços.
Segundo a vereadora da Acção Social, Ana Sara Brito, a iniciativa incluirá também a atribuição de subsídios de alimentação e transporte e evitará a contratação de empresas para tarefas como pequenas reparações ou apoio à circulação de crianças junto a escolas.
"Faremos entrevistas para ver quem deverá ocupar as funções necessárias, por períodos que dependerão do orçamento e dos serviços em si", disse hoje a responsável, à margem de uma reunião camarária, revelando que o Concelho ganhou mais 700 desempregados em 2008 face ao ano anterior.
O universo de pessoas abrangidas e o orçamento disponível para o projecto ainda não estão definidos mas Ana Sara Brito garante que o investimento, além de contribuir para diminuir a pobreza, terá retorno para o próprio Município.
"A Segurança Social não reembolsa totalmente mas acaba por vir a compensar através de projectos de intervenção social", explicou.
A vereadora garantiu que os efeitos da crise estão a ser acompanhados pela autarquia, em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social.
No final da próxima semana, o Departamento de Acção Social terá dados sobre o aumento do número de habitantes a usufruir dos rendimentos mínimo, de inserção e de apoio a idosos, de forma a acompanhar de perto a situação.
Entre as medidas em estudo pelo executivo está também a definição de uma taxa social para permitir que o pequeno comércio dos bairros municipais não pague rendas.
Durante a reunião de hoje, o vereador social-democrata Fernando Negrão acusou a maioria socialista da Câmara de não ter nenhum plano concreto e prioritário para combater os efeitos da crise e de adiar propositadamente o agendamento de uma proposta apresentada pela sua bancada sobre o assunto.
"Apresentámos medidas de combate à crise no dia 04 e já passaram pelo menos duas reuniões sem que fossem levadas a discussão. Houve uma orientação de natureza política para agendar quando a vereação socialista tiver uma proposta", afirmou.
O presidente da autarquia, António Costa, referiu que nenhuma discussão que exija informação dos serviços camarários - como neste caso - é agendada sem que essa informação seja enviada mas assegurou que a votação de propostas "nunca mais" estará atrasada além de duas reuniões após a data de entrega.
Entre as medidas propostas pelo PSD estão a criação de uma Linha de Apoio Social e de quatro gabinetes de atendimento social (zonas oriental, ocidental, norte e centro), o incentivo de Bancos de Tempo junto das Juntas de Freguesia e a definição de um programa de apoio ao arrendamento para famílias em situação de precariedade.
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