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Jan09
Gaza: Manifestações em Todo o Mundo
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Actualidade
Gaza: Ofensiva israelita provoca manifestações em todo o mundo
A ofensiva terrestre de Israel na Faixa de Gaza provocou hoje reacções de preocupação e apelos ao cessar-fogo oriundos de todo o mundo, a par de manifestações populares em vários países.
Lusa 22:48 Domingo, 4 de Jan de 2009 |
A ofensiva terrestre das Forças de Defesa de Israel (IDF) na Faixa de Gaza provocou hoje reacções de preocupação e apelos ao cessar-fogo oriundos de todo o mundo, a par de manifestações populares em vários países.
Várias manifestações contra o ataque israelita tiveram lugar em Rabat (Marrocos), Tripoli (Líbia), Sidney e Melbourne (Austrália), Montreal (Canadá), Istambul (Turquia), Beirute (Líbano), Kerbala (Iraque) e Indonésia.
Em França, onde reside a maior comunidade judaica da Europa, vários milhares de pessoas manifestaram-se hoje para mostrar o seu apoio à "acção de autodefesa de Israel" contra o Hamas, grupo islamista que controla Gaza. Entretanto, vários governos mundiais apelaram a um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Os Estados Unidos, que são aliados indefectíveis de Israel, pediram um "cessar-fogo duradouro", mas frisando que isso não deve significar um regresso ao 'status quo' anterior à ofensiva das IDF, quando Israel era constantemente alvo de ataques de 'rockets' enviados pelo Hamas.
Também o Canadá apelou a um cessar-fogo "viável e duradouro", que deve começar pelo fim do lançamento de 'rockets' sobre Israel por parte do Hamas.
A delegação europeia liderada pelo chefe da diplomacia checa Karel Schwarzenberg, que partiu hoje para o Médio Oriente, apelou também à cessação das hostilidades. "Vamos trabalhar por um cessar-fogo", assegurou a comissária europeia para os Assuntos Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, que integra a missão europeia, antes da partida para o Médio Oriente.
O Papa Bento XVI apelou também a uma acção imediata para pôr fim à actual "situação trágica", ao passo que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, exigiu o fim imediato da ofensiva israelita.
Por sua vez, a França, cujo presidente, Nicolas Sarkozy, parte segunda-feira para a região, condenou a ofensiva terrestre israelita, bem como a continuação do lançamento de 'rockets' pelo Hamas.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, considerou o actual momento "muito perigoso" e afirmou que é necessário "trabalhar ainda mais para um cessar-fogo imediato".
A Alemanha, por seu turno, defendeu um cessar-fogo que garanta "a segurança a longo prazo de Israel", nomeadamente pondo fim aos ataques do Hamas.
A Dinamarca, que reconhece o direito de Israel a defender-se contra os ataques do Hamas, lamentou o uso de "uma força destruidora e exagerada", bem como a Islândia, que reclamou o envio de uma força de manutenção de paz para a região.
A Espanha exortou Israel a pôr fim à ofensiva terrestre, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, Miguel Angel Moratinos, apelou à comunidade internacional para "não ficar de braços cruzados".
O chefe de governo da Holanda, Jan Peter Balkenende, afirmou por sua vez que "condenar Israel não leva a nada, porque há dois lados nesta questão". "Enquanto os ataques com 'rockets' continuarem, os israelitas dirão sempre: "não podemos aceitar isto". E eu compreendo-os", afirmou Balkenende, citado pela agência AFP.
A Rússia, que faz parte do Quarteto para o Médio Oriente, mostrou-se "extremamente preocupada" e enviou hoje um emissário para a região, para mediar um cessar-fogo.
O governo português apelou também a um cessar-fogo entre as duas partes em conflito. "Portugal apela uma vez mais à contenção de ambas as partes, considerando imperioso o estabelecimento de um cessar-fogo que ponha fim ao conflito e ao agravamento da situação humanitária", refere um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
Os países muçulmanos foram os mais duros nas posições assumidas em relação a Israel, na linha do que tem sido habitual nas últimas décadas.
O Egipto condenou "nos termos mais fortes" a entrada de forças terrestres israelitas em Gaza, propondo a abertura de corredores humanitários para acudir à população civil.
Também o Koweit exigiu o fim dos "crimes e massacres" israelitas em Gaza, enquanto o rei Abdallah II da Jordânia pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para "fazer cessar a agressão (...) e pôr fim à crise humanitária em Gaza".