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Arquivo: 25 de Abril de 2009
Post anterior
http://bomsensoamiguinhos.blogs.sapo.pt/187780.html
25 de Abril
continuação
Portugal - Lisboa - 1974
O 25 de Abril - 12:00 e 23:30
19:00 Marcelo Caetano e os ministros Rui Patrício e Moreira Baptista entram na Chaimite Bula. |
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Aceite a rendição de Marcelo Caetano, abrem-se os portões do quartel do Carmo e iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e dos ministros, que abandonam o local num Chaimite de nome Bula.
![]() Foto: Alfredo Cunha Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
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19:30 Salgueiro Maia levanta o cerco ao Largo do Carmo e conduz Marcelo Caetano e os ministros ao Posto de Comando, na Chaimite Bula, literalmente envolvida por uma enorme multidão que grita "Vitória! Vitória! Vitória!". A população manifesta-se nas ruas de Lisboa, durante o percurso da “Bula” até ao Posto de Comando e, cerca de 20 minutos depois é emitido novo comunicado do MFA. |
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Aceite a rendição de Marcelo Caetano, iniciam-se os preparativos para o transporte do chefe do Governo e respectivos ministros. Um coro gigantesco de assobios e palavras de ordem acompanham a saída da coluna de passageiros.
![]() Foto: Alfredo Cunha Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
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Capa do jornal República do dia 25 de Abril de 1974
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 19:50h
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Reportagem sobre a saída do Professor Marcelo Caetano do Quartel do Carmo e entrega do poder ao General Spínola |
20:00 Transmissão da Proclamação do MFA através do RCP. |
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Proclamação do MFA, distribuído à Imprensa no dia 25 de Abril de 1974
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Reportagem sobre a Proclamção do MFA | |
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 21:00h
Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. |
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Forças de cavalaria, de infantaria e da marinha ocupam as entradas da rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS.
![]() Foto: Alfredo Cunha Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
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22:00
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 22:00h
Para conhecimento de toda a população informa-se que se encontram sanados os incidentes ocorridos com a Polícia de Segurança Pública e que, a partir deste momento, ela aderiu totalmente ao Movimento. |
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23:30
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Destituição dos Dirigentes Fascistas (Lei 1/74 de 25 de Abril)
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Extinção da Direcção-Geral de Segurança, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa (Dec.-Lei 171/74 de 25 de Abril)
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VER
SÁBADO, 25 DE ABRIL DE 2009
Portugal - Cravos - 25 de Abril de 1974
http://bomsensoamiguinhos.blogs.sapo.pt/125322.html
HISTÓRIA DOS CRAVOS DE ABRIL
25 DE ABRIL SEMPRE!
A flor que deu o nome à Revolução
«Um cravo oferece-se a qualquer pessoa»
Texto de Isabel Araújo Branco
Todos conhecem os cravos, poucos as mãos de onde saíram. A história mais divulgada sobre o aparecimento dos cravos no 25 de Abril foi protagonizada por Celeste Caeiro.
25 de Abril
Em 2009 fiz uma pequena pesquisa sobre o que aconteceu durante o dia 25 de Abril de 1974, visto que se trata de um marco na história de Portugal.
Seleccionei alguns elementos que se podem visualizar no arquivo - Abril 2009.
A pedido de alguns amigos do
"Auxiliar de Memória de Acontecimentos do Mundo onde Vivemos"
estão aqui mais reunidos os "posts" relacionados
com o tema
que publiquei no dia 25 de Abril de 2009.
Bomsensoamiguinhos
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SÁBADO, 25 DE ABRIL DE 2009
O 25 de Abril
♦♦♦
Arquivo: 25 de Abril de 2009
Portugal - Lisboa - 1974
O 25 de Abril - 00:20 e 11:50
Senha 2 da Revolução de 25 de Abril de 1974
00:20 de José Afonso, segundo sinal do MFA, para que os militares dessem início às operações previstas. |
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Grândola, Vila Morena, José Afonso, 1971 |
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⇔ ⇔ ⇔
El cantautor español Miguel Ángel Gómez Naharro realiza una versión de esta obra de José Afonso que en Portugal el 25 de abril de 1974, dio la señal para iniciar la Revolución de los claveles que a su vez propició la llegada de la democracia.
♦ ♦ ♦
03:10
Principais movimentações das forças do MFA:
04:00
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Transmissão do primeiro comunicado do MFA emitido às 04:20 pelo Posto de Comando
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 04:20h
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas.
Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo."
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária. " |
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 04:45h
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
05:15
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 05:15h
Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
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O Terreiro do Paço ocupado no final da madrugada do dia 25 de Abril.
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As tropas de oposição ao governo ocupam o Terreiro do Paço no final da madrugada do dia 25 de Abril.
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
06:00
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O Tenente de Inf. Nelson dos Santos, em frente ao Ministério do Exército, no Terreiro do Paço, aguarda com outros oficiais, para proceder à prisão das altas individualidades militares.
Foto: Alfredo Cunha |
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Marcelo Caetano
Fotografia de Marcelo Caetano
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07:00
O RAP 2 toma posição junto à ponte da Arrábida e a EPA junto ao Cristo Rei, em Almada.
No Terreiro do Paço, oficiais da Polícia Militar e o Capitão Maltez da PSP, põem-se às ordens de Salgueiro Maia após conversações.
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Os instruendos da Escola Prática de Cavalaria utilizam as carrinhas da PSP como protecção, ainda no Terreiro do Paço.
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Capitão Salgueiro Maia, Tavares de Almeida e o Alferes Miliciano Maia Loureiro mandam descongestionar o trânsito no Terreiro do Paço, aos guardas da PSP, que entretanto se puseram à disposição da Escola Prática de Cavalaria.
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Chegada à Ribeira das Naus de nova força do RC 7, comandada pelo Tenente-Coronel Ferrand de Almeida.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 07:30h
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Ao largo da praça do Município instruendos da EPC, pertencentes ao 5.º pelotão de atiradores esperam, as forças leais ao Governo.
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Na praça do Município instruendos da EPC, pertencentes ao 5.º pelotão de atiradores esperam, de armas na mão, as forças leais ao Governo.
Na zona da praça do Município instruendos da Escola Prática de Cavalaria, pertencentes ao 5º pelotão de atiradores esperam, de armas na mão, as forças leais ao Governo.
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Ferrand de Almeida, Salgueiro Maia e o seu adjunto Assunção, são os protagonistas dos primeiros momentos de tensão, quando forças fiéis ao governo, progrediram do Cais do Sodré em direcção aos blindados da EPC.
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Capitão Salgueiro Maia, Tavares de Almeida e o Alferes Miliciano Maia Loureiro mandam descongestionar o trânsito no Terreiro do Paço, aos guardas da PSP, que entretanto se puseram à disposição da Escola Prática de Cavalaria. |
09:00
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O dispositivo militar ocupa o Terreiro do Paço na madrugada do dia 25 de Abril e surpreende-se com a presença dos navios da Nato que já deviam ter-se feito ao largo para partirem no exercício "Dawn Patrol".
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Buraco aberto na parede do ministério do Exército por onde fugiram vários ministros e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, dirigindo-se para Posto de Comando das forças leais ao Governo.
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09:35
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Na Rua do Arsenal, tanques da Escola Prática de Cavalaria barram o caminho às forças fiéis ao Governo. Salgueiro Maia regressa ao Terreiro do Paço e em cima do carro de combate, reconhece-se o Alferes Cardoso, hoje Tenente-Coronel.
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10:30
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Jaime Neves e Pato Anselmo entre outros, são os protagonistas dos primeiros momentos de tensão, quando forças fiéis ao governo, progrediram do Cais do Sodré em direcção aos blindados da EPC.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 10:30h
O Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas constata que a população civil não está a respeitar o apelo já efectuado várias vezes para que se mantenha em casa.
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Na Rua do Arsenal, tanques da Escola Prática de Cavalaria barram o caminho às forças fiéis ao Governo, uma parte recua sob o comando do Brigadeiro Reis e outra passa-se para o lado dos revoltosos.
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11:30
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Salgueiro Maia atinge o Largo do Carmo. Em segundo plano o Capitão Tavares de Almeida e o Aspirante Laranjeira à civil.
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11:45
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Foi cumprida a missão inicial: ocupar a Baixa de Lisboa.
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Dono da situação, Salgueiro Maia reorganiza a força, que conta agora com carros de combate pertencentes às unidades até há pouco leais ao governo.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 11:45h
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11:50 Os oficiais feitos prisioneiros no Terreiro do Paço são enviados para o Posto de Comando, na Pontinha. |
Continua no "post" seguinte
12:00 às 23:30
O 25 de Abril
♦♦♦
HISTÓRIA DOS CRAVOS DE ABRIL
25 DE ABRIL SEMPRE!
A flor que deu o nome à Revolução
«Um cravo oferece-se a qualquer pessoa»
Texto de Isabel Araújo Branco
Todos conhecem os cravos, poucos as mãos de onde saíram. A história mais divulgada sobre o aparecimento dos cravos no 25 de Abril foi protagonizada por Celeste Caeiro.
O cravo transformou-se num símbolo de Portugal para o mundo, a insígnia mais marcante do nosso país no século XX, juntando o regime fascista e a libertação revolucionária. Existem três versões sobre o aparecimento dos cravos no dia da Revolução, todas elas simultâneas, independentes e credíveis.
De acordo com a primeira, as flores surgiram devido a um casamento marcado para o dia 25 que não se pôde realizar por as conservatórias estarem fechadas. A segunda conta que uma empresa de exportação de flores tinha um carregamento de cravos para enviar para o estrangeiro, mas, com o aeroporto encerrado, as flores foram mandadas para o Rossio.
A terceira versão é a mais conhecida e apresenta-se com um rosto que conta a história na primeira pessoa. A protagonista é Celeste Martins Caeiro, hoje prestes a fazer 67 anos, reformada e militante do PCP há seis anos. Tudo foi fruto de coincidências, de «acasos felizes», como ela diz.
A história
Habituada a contar como tudo se passou, Celeste repete mais uma vez o que aconteceu na manhã do 25 de Abril. «Eu trabalhava num restaurante na Rua Braancamp. A casa fazia um ano nesse dia e os patrões queriam fazer uma festa. O gerente comprou flores para dar às senhoras, enquanto que aos cavalheiros se daria um porto. Nesse dia, quando chegámos, o patrão explicou que não ia abrir o restaurante, porque não sabia o que estava a acontecer, e disse-nos para levarmos as flores connosco. Chegámos ao armazém e vimos que eram cravos vermelhos e brancos. Cada um levou um molhe.»
De regresso a casa, Celeste apanhou o metro para o Rossio e dirigiu-se ao Chiado. Deparou-se de imediato com os tanques.
«Era um aparato! Quando vi aquilo... Bem, não há palavras. Sabia que alguma coisa se ia dar. E para bem, eu sentia que era alguma coisa para bem», diz.
«Cheguei ao pé do tanque e perguntei o que é que se passava. E um soldado respondeu-me:
"Nós vamos para o Carmo para deter o Marcelo Caetano. Isto é uma revolução!"
"Então, e já estão aqui há muito tempo?", perguntei eu.
"Estamos desde as duas ou três horas da manhã. A senhora não tem um cigarrinho?"
"Não, eu não fumo. Se tivesse alguma coisa aberta, comprava-vos qualquer coisa para comer, mas está tudo fechado. O que eu tenho são estes cravos. Se quiser tome, um cravo oferece-se a qualquer pessoa."
Ele aceitou e pôs o cravo no cano da espingarda. Depois dei a outro e a outro, até ao pé da Igreja dos Mártires. Foi lindo...»
«Correu tudo muito bem», diz Celeste. «Tinha de correr, pois os cravos estavam nas espingardas e elas assim não podiam disparar...».
A cor vermelha
Se a iniciativa original de distribuir flores aos soldados não tinha um objectivo político consciente, cedo o ganhou. Os cravos transformaram-se de imediato numa palavra de ordem visual, numa expressão da vontade popular de tornar o movimento militar numa revolução pacífica, à semelhança do que havia acontecido noutros países como o Chile e a França.
«O facto de ocorrerem vários casos simultaneamente aumenta o valor do cravo ser um símbolo da ligação do povo aos soldados. É um sinal de identificação entre o movimento militar e as aspirações das pessoas. Só se dá cravos aos amigos», refere Aurélio Santos, dirigente do PCP.
A questão da cor vermelha foi inicialmente uma coincidência, mas «se fossem de outra cor, não tinha o mesmo significado», diz Aurélio Santos. «Certamente as pessoas foram procurar cravos vermelhos, porque queriam afirmar um movimento revolucionário e porque essa era a cor que correspondia aos seus sentimentos.»
«O vermelho acompanha todos os momentos da evolução revolucionária da humanidade, desde as lutas dos servos na Idade Média à Revolução Russa, passando pela Comuna de Paris. A bandeira vermelha apareceu sempre como um símbolo dos explorados e da luta pelo futuro», sublinha José Casanova, também dirigente do PCP.
A generalização dos cravos foi imediata ao ponto de no estrangeiro o 25 de Abril ser conhecido quase exclusivamente como a Revolução dos Cravos. A resposta a uma procura de cravos em 1974 muito superior à normal só pode ser explicada por um acaso como o impedimento de escoar flores para exportação, como conta uma das versões.
«Entregar uma flor é sempre uma coisa muito bonita, mas entregar um cravo a um soldado com armas na mão para derrubar um regime fascista é ainda mais bonito», afirma Casanova.
http://www.pcp.pt/avante/1378/7803m4.
http://www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp?canal=8
O que Aconteceu
20:00 e as 23:30
Proclamação do MFA, distribuído à Imprensa no dia 25 de Abril de 1974
Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 21:00h Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. Forças de cavalaria, de infantaria e da marinha ocupam as entradas da rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS. 22:00 Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 22:00h Para conhecimento de toda a população informa-se que se encontram sanados os incidentes ocorridos com a Polícia de Segurança Pública e que, a partir deste momento, ela aderiu totalmente ao Movimento. 23:30 Destituição dos Dirigentes Fascistas (Lei 1/74 de 25 de Abril)
Extinção da Direcção-Geral de Segurança, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa (Dec.-Lei 171/74 de 25 de Abril)
20:00
Transmissão da Proclamação do MFA através do RCP.
Considerando que ao fim de 13 anos de luta em terras do Ultramar, o sistema político vigente não conseguiu definir, concreta e objectivamente, uma política ultramarina que conduza à Paz entre os Portugueses de todas as raças e credos;
Considerando o crescente clima de total afastamento dos Portugueses em relação às responsabilidades políticas que lhes cabem com cidadãos, em crescente desenvolvimento de uma tutela de que resulta constante apelo a deveres com paralela denegação de direitos;
Considerando a necessidade de sanear as instituições, eliminando do nosso sistema de vida todas as ilegitimidades que o abuso do Poder tem vindo a legalizar;
Considerando, finalmente, que o dever das Forças Armadas é a defesa do País, como tal se entendendo também a liberdade cívica dos seus cidadãos;
O Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das missões cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo, até à sua completa realização, um programa de salvação do País e da restituição ao Povo Português das liberdades cívicas de que tem sido privado.
Para o efeito entrega o Governo a uma Junta de Salvação Nacional a quem exige o compromisso, de acordo com as linhas gerais do programa do Movimento das Forças Armadas que, através dos órgãos informativos será dado a conhecer à Nação, de no mais curto prazo consentido pela necessidade de adequação das nossas estruturas, promover eleições gerais de uma Assembleia Nacional Constituinte, cujos poderes por sua representatividade e liberdade na eleição, permitam ao País escolher livremente a sua forma de vida social e política.
Certos de que a Nação está connosco e que, atentos aos fins que nos presidem, aceitará de bom grado o Governo militar que terá de vigorar nesta fase de transição, o Movimento das Forças Armadas apela para a calma e civismo de todos os portugueses e espera do País adesão aos poderes instituídos em seu benefício.
Saberemos, deste modo, honrar o passado no respeito pelos compromissos assumidos perante o País e por este perante terceiros. E ficamos na plena consciência de haver cumprido o dever sagrado da restituição à Nação dos seus legítimos e legais poderes.
Reportagem sobre a Proclamção do MFA
21:00
A Chaimite Bula chega ao Posto de Comando com Marcelo Caetano e os dois ministros, que ali ficam detidos até ao dia seguinte.
Elementos da PIDE/DGS disparam sobre a população que cerca a sua sede, causando 4 mortos e 45 feridos. Forças da Marinha juntam-se ao MFA, alcançando a rendição da PIDE/DGS.
Segundo comunicação telefónica aqui recebida cerca das 20.30h, ter-se-iam verificado incidentes na Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da DGS.
No decorrer desses incidentes, foram feridas algumas pessoas, encontrando-se já no local assistência médica. Aguarda-se a todo o momento a intervenção das Forças Armadas. Estes incidentes vêm uma vez mais confirmar a necessidade de a população civil cumprir o pedido formulado pelo MFA, recolhendo às suas residências e mantendo a calma.
Forças de cavalaria, de infantaria e da marinha ocupam as entradas da rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS.
Foto: Alfredo Cunha
Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
Forças de paraquedistas chegam à prisão de Caxias, onde a PIDE/DGS ainda resiste. É transmitido novo comunicado do MFA.
Assim, com a finalidade de manter a ordem e salvaguardar as vidas e os bens, pede-se a todos que aceitem, obediente e prontamente, quaisquer indicações que lhes sejam transmitidas por elementos daquela corporação ou da Polícia Militar. Igualmente deverão ser obedecidos os agentes das Brigadas de Trânsito. Torna-se indispensável que a população continue a manifestar a sua compreensão e civismo. E a melhor forma de o fazer no momento é manter-se calmamente nas suas residências.
São promulgadas a destituição dos dirigentes fascistas (através da Lei 1/74) e a extinção da PIDE/DGS, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa.
"O programa do Movimento das Forças Armadas Portuguesas prevê a destituição imediata do Presidente da República e do actual Governo, a dissolução da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado.
Nestes termos, a Junta de Salvação Nacional decreta, para valer como lei constitucional, o seguinte:
ARTIGO 1º
1. É destituído das funções de Presidente da Republica o almirante Américo Deus Rodrigues Tomás.
2. São exonerados das suas funções o Presidente do Conselho, Prof. Doutor Marcelo José das Neves Alves Caetano, e os Ministros, Secretários e Subsecretários de Estado do seu Gabinete.
3. A Assembleia Nacional e o Conselho de Estado são dissolvidos.
ARTIGO 2º
Os poderes atribuído aos órgãos referidos no artigo anterior passam a ser exercidos pela Junta de Salvação Nacional.
ARTIGO 3º
Este diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado pela Junta de Salvação Nacional em 25 de Abril de 1974. Publique-se.
O Presidente da Junta de Salvação Nacional, António de Spínola.
Para ser publicada em todos os Boletins Oficiais dos Estados e províncias ultramarinos."
"Tendo a Junta de Salvação Nacional assumido os poderes legislativos que competem ao Governo, decreta, para valer como lei, o seguinte:
ARTIGO 1º
1. É extinta a Direcção-Geral de Segurança, criada pelo Decreto-Lei n.º 49 401, de 24 de Novembro de 1969.
2. No ultramar, depois de saneada, reorganizar-se-à em Polícia de Informação Militar, nas províncias em que as operações Militares o exigirem.
ARTIGO 2º
É extinta a Legião Portuguesa, criada pelo Decreto-Lei n.º 27 058, de 30 de Setembro de 1936.
ARTIGO 3º
São extintas a Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina, criadas pela Lei n. 1941, de 11 de Abril de 1936, actualizada pelo Decreto-Lei n. 486/71, de 8 de Novembro.
ARTIGO 4º
É extinto o Secretariado para a Juventude, criado pelo Decreto-Lei n.º 446/71, de 25 de Outubro.
ARTIGO 5º
Ficarão na dependência das Forças Armadas e à sua custódia todo o material mecânico, veículos, armamento e munições, mobiliário, livros, papéis de escrituração, documentos e demais elementos afectos à extinta Direcção-Geral de Segurança.
ARTIGO 6º
Passam a ser atribuições da Polícia Judiciária as seguintes:
a) Efectuar a investigação dos crimes contra a segurança interior e exterior do Estado, procedendo a instrução preparatória dos respectivos processos;
b) Realizar a instrução preparatória relativamente às informações do regime legal de passagem das fronteiras e de entrada e permanência de estrangeiros em território nacional.
ARTIGO 7º
Enquanto não for criado serviço próprio, passa a ser atribuição da Guarda Fiscal vigiar e fiscalizar as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.
ARTIGO 8º
Este diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado pela Junta de Salvação Nacional em 25 de Abril de 1974 Publique-se.
O Presidente da Junta de Salvação Nacional, António de Spínola.
Para ser publicado em todos os Boletins Oficiais dos Estados e províncias ultramarinos."
http://www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp?canal=8
O 25 de Abril
O que Aconteceu
entre as
17:00 e as 19:30
17:00 Os militares experimentam cada vez mais dificuldades para conterem a multidão que aguarda o carro em que se transporta o General Spínola. 17:30 Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 17:30h "O Movimento das Forças Armadas tem ocupados os estúdios da RTP em Lisboa e no Porto, embora no centro emissor de Monsanto se registe uma interferência provocada por forças da reacção que, a todo o momento, serão dominadas. 18:00 Spínola chega ao Largo do Carmo completamente rodeado pela população em euforia. Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 18:20h Reportagem sobre a entrada da chaimite Bula no Quartel do Carmo Aceite a rendição de Marcelo Caetano, iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e respectivos ministros, que abandonam o local num blindado. 18:40 18:45 Extinção da Direcção-Geral de Segurança, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa (Dec.-Lei 171/74 de 25 de Abril) "Tendo a Junta de Salvação Nacional assumido os poderes legislativos que competem ao Governo, decreta, para valer como lei, o seguinte: Destituição dos Dirigentes Fascistas (Lei 1/74 de 25 de Abril)
"O programa do Movimento das Forças Armadas Portuguesas prevê a destituição imediata do Presidente da República e do actual Governo, a dissolução da Assembleia Nacional e do Conselho de Estado. Cartoon de C. Brito, no jornal República do dia 10 de Maio de 1974
Salgueiro Maia entra no Quartel do Carmo e exige a rendição a Marcelo Caetano, que lhe responde que só se renderia a um Oficial-General para que o Poder não caísse na rua. O Posto de Comando mandata o General Spínola para ir receber a rendição de Marcelo Caetano ao Quartel do Carmo.
Os militares experimentam cada vez mais dificuldades para conterem a multidão que aguarda o carro em que se transporta o General Spínola.
Foto: Alfredo Cunha
Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
Transmissão de outro comunicado do MFA.
Logo de seguida, a Radiotelevisão Portuguesa entrará ao serviço do Movimento das Forças Armadas e do País, noticiando os seus comunicados."
Spínola chega ao Largo do Carmo e, acompanhado por Salgueiro Maia, entra no Quartel para dialogar com Marcelo Caetano.
Spínola chega ao Largo do Carmo completamente rodeado pela população em euforia.
Foto: Alfredo Cunha
18:20
Transmissão de novo comunicado do MFA.
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Em aditamento ao último comunicado, o Movimento das Forças Armadas informa a Nação de que conseguiu forçar a entrada no Quartel da Guarda Nacional Republicana, situado no Largo do Carmo, onde se encontrava o ex-Presidente do Conselho e outros membros do seu ex-Governo.
O Regimento de Lanceiros 2, onde se recolheram outros elementos do seu ex-Governo, entregou-se ao Movimento das Forças Armadas, sem que houvesse necessidade do emprego da força que os cercava.
A quase totalidade da Guarda Nacional Republicana, incluindo o seu comando e a maioria dos elementos da Polícia de Segurança Pública, já se renderam ao Movimento das Forças Armadas.
O MFA agradece à população civil todo o carinho e apoio que tem prestado aos seus soldados, insistindo na necessidade de ser mantido o seu valor cívico ao mais alto grau. Solicita também que se mantenha nas suas residências durante a noite, a fim de não perturbar a consolidação das operações em curso, prevendo-se que possa retomar as suas actividades normais amanhã, dia 26.
Viva Portugal!"
18:30
A Chaimite Bula entra no Quartel do Carmo para transportar Marcelo Caetano à Pontinha.
Aceite a rendição de Marcelo Caetano, abrem-se os portões do quartel do Carmo e iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e respectivos ministros, que abandonam o local num blindado Chaimite de nome Bula.
Foto: Alfredo Cunha
Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
Declaração do MFA na RTP.
Decreto-Lei 171/74: extinção da PIDE/DGS, Legião Portuguesa e Mocidade Portuguesa.
ARTIGO 1º
1. É extinta a Direcção-Geral de Segurança, criada pelo Decreto-Lei n.º 49 401, de 24 de Novembro de 1969.
2. No ultramar, depois de saneada, reorganizar-se-à em Polícia de Informação Militar, nas províncias em que as operações Militares o exigirem.
ARTIGO 2º
É extinta a Legião Portuguesa, criada pelo Decreto-Lei n.º 27 058, de 30 de Setembro de 1936.
ARTIGO 3º
São extintas a Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina, criadas pela Lei n. 1941, de 11 de Abril de 1936, actualizada pelo Decreto-Lei n. 486/71, de 8 de Novembro.
ARTIGO 4º
É extinto o Secretariado para a Juventude, criado pelo Decreto-Lei n.º 446/71, de 25 de Outubro.
ARTIGO 5º
Ficarão na dependência das Forças Armadas e à sua custódia todo o material mecânico, veículos, armamento e munições, mobiliário, livros, papéis de escrituração, documentos e demais elementos afectos à extinta Direcção-Geral de Segurança.
ARTIGO 6º
Passam a ser atribuições da Polícia Judiciária as seguintes:
a) Efectuar a investigação dos crimes contra a segurança interior e exterior do Estado, procedendo a instrução preparatória dos respectivos processos;
b) Realizar a instrução preparatória relativamente às informações do regime legal de passagem das fronteiras e de entrada e permanência de estrangeiros em território nacional.
ARTIGO 7º
Enquanto não for criado serviço próprio, passa a ser atribuição da Guarda Fiscal vigiar e fiscalizar as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.
ARTIGO 8º
Este diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado pela Junta de Salvação Nacional em 25 de Abril de 1974 Publique-se.
O Presidente da Junta de Salvação Nacional, António de Spínola.
Para ser publicado em todos os Boletins Oficiais dos Estados e províncias ultramarinos."
Nestes termos, a Junta de Salvação Nacional decreta, para valer como lei constitucional, o seguinte:
ARTIGO 1º
1. É destituído das funções de Presidente da Republica o almirante Américo Deus Rodrigues Tomás.
2. São exonerados das suas funções o Presidente do Conselho, Prof. Doutor Marcelo José das Neves Alves Caetano, e os Ministros, Secretários e Subsecretários de Estado do seu Gabinete.
3. A Assembleia Nacional e o Conselho de Estado são dissolvidos.
ARTIGO 2º
Os poderes atribuído aos órgãos referidos no artigo anterior passam a ser exercidos pela Junta de Salvação Nacional.
ARTIGO 3º
Este diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado pela Junta de Salvação Nacional em 25 de Abril de 1974. Publique-se.
O Presidente da Junta de Salvação Nacional, António de Spínola.
Para ser publicada em todos os Boletins Oficiais dos Estados e províncias ultramarinos."
Aceite a rendição de Marcelo Caetano, abrem-se os portões do quartel do Carmo e iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e dos ministros, que abandonam o local num Chaimite de nome Bula. Aceite a rendição de Marcelo Caetano, iniciam-se os preparativos para o transporte do chefe do Governo e respectivos ministros. Um coro gigantesco de assobios e palavras de ordem acompanham a saída da coluna de passageiros. Capa do jornal República do dia 25 de Abril de 1974 Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 19:50h
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
19:00
Marcelo Caetano e os ministros Rui Patrício e Moreira Baptista entram na Chaimite Bula.
Aceite a rendição de Marcelo Caetano, abrem-se os portões do quartel do Carmo e iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e respectivos ministros, que abandonam o local num blindado Chaimite de nome Bula.
Foto: Alfredo Cunha
Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
19:30
Salgueiro Maia levanta o cerco ao Largo do Carmo e conduz Marcelo Caetano e os ministros ao Posto de Comando, na Chaimite Bula, literalmente envolvida por uma enorme multidão que grita "Vitória! Vitória! Vitória!". A população manifesta-se nas ruas de Lisboa, durante o percurso da “Bula” até ao Posto de Comando e, cerca de 20 minutos depois é emitido novo comunicado do MFA.
Aceite a rendição de Marcelo Caetano, abrem-se os portões do quartel do Carmo e iniciam-se os preparativos para o transporte até à Pontinha do chefe do Governo e respectivos ministros. Um coro gigantesco de assobios e palavras de ordem antifascistas acompanham a saída da coluna de passageiros.
Foto: Alfredo Cunha
Legenda: Adelino Gomes, O dia 25 de Abril de 1974, 76 Fotografias e Um Retrato
Capa do República do dia 25 de Abril de 1974
Continuando a dar cumprimento à sua obrigação de manter o País ao corrente do desenrolar dos acontecimentos, o Movimento das Forças Armadas informa que se concretizou a queda do Governo, tendo Sua Ex.ª o Prof. Marcelo Caetano apresentado a sua rendição incondicional a Sua Ex.ª o General António de Spínola.
O ex-presidente do conselho, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e o ex-ministro do Interior encontram-se sob custódia do Movimento, enquanto Sua Ex.ª o Almirante Américo Tomás e alguns ex-ministros do Governo se encontram refugiados em dois aquartelamentos que estão cercados pelas nossas tropas e cuja rendição se aguarda para breve.
O Movimento das Forças Armadas agradece a toda a população o civismo e a colaboração demonstrados de maneira inequívoca desde o início dos acontecimentos, prova evidente de que ele era o intérprete do pensamento e dos anseios nacionais.
Continua a recomendar-se a maior calma e a estrita obediência a todas as indicações que forem transmitidas. Espera-se que amanhã a vida possa retomar o seu ritmo normal, por forma a que todos, em perfeita união, consigamos construir um futuro melhor para o País.
Viva Portugal!"
Reportagem sobre a saída do Professor Marcelo Caetano do Quartel do Carmo e entrega do poder ao General Spínola
www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
O 25 de Abril
Aconteceu
entre as
15:00 e as 16:30
15:00
É transmitido novo comunicado do MFA.
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Salgueiro Maia pega num megafone e dá ordens à GNR para que se renda, ameaçando com fogo sobre os portões do Quartel do Carmo.
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Transmissão de um comunicado do MFA emitido às 15:00 pelo Posto de Comando
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 15:00h
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15:15 Forças da EPA recebem ordens para libertar os militares presos no Forte da Trafaria, na sequência do 16 de Março. |
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A saída em falso do Reg. das Caldas da Rainha a 16 de Março de 1974, como reacção à demissão de Costa Gomes e de Spínola, constituiu o ensaio militar do dia 25 de Abril.
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15:30 Disparos sobre a fachada do Quartel do Carmo, por ordem de Salgueiro Maia, o que obriga ao reinício das conversações para a rendição de Marcelo Caetano. |
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Disparos sobre a fachada do Quartel do Carmo, sob as ordens de Salgueiro Maia, obriga a população a refugiar-se.
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Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS.
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Forças de cavalaria, de infantaria e da marinha ocupam as entradas da rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS.
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16:25 Em consequência da não evolução das negociações para a rendição de Marcelo Caetano, Salgueiro Maia coloca um blindado frente ao Quartel e inicia a contagem para abrir fogo, quando é interrompido por Pedro Feytor-Pinto e Nuno Távora, da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, que se dizem portadores de uma mensagem do General Spínola para Marcelo Caetano. Salgueiro Maia autoriza a entrada no Quartel desses dois mensageiros. |
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Cartoon de Augusto Cid, no jornal República do dia 27 de Abril de 1974 Cartoon de Augusto Cid, no jornal República do dia 27 de Abril de 1974 |
16:30 Contactos telefónicos entre o Spínola, Marcelo Caetano e o Posto de Comando do MFA. |
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
O 25 de Abril
O que Aconteceu
12:00 e a 14:30
12:00
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Salgueiro Maia atinge o Largo do Carmo e manda ocupar as ruas envolventes e cerca o quartel.
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Salgueiro Maia e o Tenente Santos Silva conversam com o Major Velasco da GNR, acompanhados dos homens das transmissões, no Largo do Carmo.
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Capa do jornal A Capital do dia 25 de Abril de 1974
Capa do jornal A Capital do dia 25 de Abril de 1974 |
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A confiança expressa desde a primeira hora pela multidão transmite-se aos soldados do Alferes Marcelino, Comandante do 1.º pelotão de atiradores.
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O dispositivo militar instala-se no Largo do Carmo.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 13:00h
O Movimento das Forças Armadas informa as famílias de todos os seus elementos que eles se encontram bem e que tudo decorre dentro do previsto. |
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Capa do jornal Diário de Notícias do dia 25 de Abril de 1974
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Transmissão de um comunicado do MFA emitido às 14:30 pelo Posto de Comando
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 14:30h
![]() Pretendendo continuar a informar o País sobre o desenrolar dos acontecimentos históricos que se estão processando, o Movimento das Forças Armadas comunica que as operações iniciadas na madrugada de hoje se desenrolam de acordo com as previsões, encontrando-se dominados vários objectivos importantes de entre os quais de citam os seguintes: - Comando da Legião Portuguesa - Emissora nacional - Rádio Clube Português - Radiotelevisão Portuguesa - Rádio Marconi - Banco de Portugal - Quartel-General da Região Militar de Lisboa - Quartel-General da Região Militar do Porto - Instalações do Quartel-Mestre-General - Ministério do Exército, donde o respectivo Ministro se pôs em fuga - Aeroporto da Portela - Aeródromo Base n.º 1 - Manutenção Militar - Forte de Peniche S. Ex.ª o Almirante Américo Tomás, S. Ex.ª o Prof. Marcelo Caetano e os membros do Governo encontram-se cercados por forças do Movimento no quartel da Guarda Nacional Republicana, no Carmo, e no Regimento de Lanceiros 2 tendo já sido apresentado um ultimato para a sua rendição. O Movimento domina a situação em todo o País e recomenda, uma vez mais, a toda a população que se mantenha calma. Renova-se, também, a indicação já difundida para encerramento imediato dos estabelecimentos comerciais, por forma a não ser forçoso decretar o recolher obrigatório. Viva Portugal!
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http://www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp?canal=8
O 25 de Abril
O que Aconteceu
entre as
09:00 e as 11:50
09:00
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O dispositivo militar ocupa o Terreiro do Paço na madrugada do dia 25 de Abril e surpreende-se com a presença dos navios da Nato que já deviam ter-se feito ao largo para partirem no exercício "Dawn Patrol".
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Buraco aberto na parede do ministério do Exército por onde fugiram vários ministros e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, dirigindo-se para Posto de Comando das forças leais ao Governo.
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Na Rua do Arsenal, tanques da Escola Prática de Cavalaria barram o caminho às forças fiéis ao Governo. Salgueiro Maia regressa ao Terreiro do Paço e em cima do carro de combate, reconhece-se o Alferes Cardoso, hoje Tenente-Coronel.
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Jaime Neves e Pato Anselmo entre outros, são os protagonistas dos primeiros momentos de tensão, quando forças fiéis ao governo, progrediram do Cais do Sodré em direcção aos blindados da EPC.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 10:30h
O Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas constata que a população civil não está a respeitar o apelo já efectuado várias vezes para que se mantenha em casa.
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Na Rua do Arsenal, tanques da Escola Prática de Cavalaria barram o caminho às forças fiéis ao Governo, uma parte recua sob o comando do Brigadeiro Reis e outra passa-se para o lado dos revoltosos.
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Salgueiro Maia atinge o Largo do Carmo. Em segundo plano o Capitão Tavares de Almeida e o Aspirante Laranjeira à civil.
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Foi cumprida a missão inicial: ocupar a Baixa de Lisboa.
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Dono da situação, Salgueiro Maia reorganiza a força, que conta agora com carros de combate pertencentes às unidades até há pouco leais ao governo.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 11:45h
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11:50 Os oficiais feitos prisioneiros no Terreiro do Paço são enviados para o Posto de Comando, na Pontinha. |
www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
07:00
O RAP 2 toma posição junto à ponte da Arrábida e a EPA junto ao Cristo Rei, em Almada.
No Terreiro do Paço, oficiais da Polícia Militar e o Capitão Maltez da PSP, põem-se às ordens de Salgueiro Maia após conversações.
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Os instruendos da Escola Prática de Cavalaria utilizam as carrinhas da PSP como protecção, ainda no Terreiro do Paço.
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Capitão Salgueiro Maia, Tavares de Almeida e o Alferes Miliciano Maia Loureiro mandam descongestionar o trânsito no Terreiro do Paço, aos guardas da PSP, que entretanto se puseram à disposição da Escola Prática de Cavalaria.
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Chegada à Ribeira das Naus de nova força do RC 7, comandada pelo Tenente-Coronel Ferrand de Almeida.
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 07:30h
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Ao largo da praça do Município instruendos da EPC, pertencentes ao 5.º pelotão de atiradores esperam, as forças leais ao Governo.
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![]() |
Na praça do Município instruendos da EPC, pertencentes ao 5.º pelotão de atiradores esperam, de armas na mão, as forças leais ao Governo.
Na zona da praça do Município instruendos da Escola Prática de Cavalaria, pertencentes ao 5º pelotão de atiradores esperam, de armas na mão, as forças leais ao Governo.
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Ferrand de Almeida, Salgueiro Maia e o seu adjunto Assunção, são os protagonistas dos primeiros momentos de tensão, quando forças fiéis ao governo, progrediram do Cais do Sodré em direcção aos blindados da EPC.
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Capitão Salgueiro Maia, Tavares de Almeida e o Alferes Miliciano Maia Loureiro mandam descongestionar o trânsito no Terreiro do Paço, aos guardas da PSP, que entretanto se puseram à disposição da Escola Prática de Cavalaria.
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
06:00
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O Tenente de Inf. Nelson dos Santos, em frente ao Ministério do Exército, no Terreiro do Paço, aguarda com outros oficiais, para proceder à prisão das altas individualidades militares.
Foto: Alfredo Cunha |
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Marcelo Caetano
Fotografia de Marcelo Caetano
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
05:15
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 05:15h
Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
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O Terreiro do Paço ocupado no final da madrugada do dia 25 de Abril.
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As tropas de oposição ao governo ocupam o Terreiro do Paço no final da madrugada do dia 25 de Abril.
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www.cm-odivelas.pt/Extras/MFA/cronologia.asp
04:00
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Transmissão do primeiro comunicado do MFA emitido às 04:20 pelo Posto de Comando
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 04:20h
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas.
Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo."
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária. "
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Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 04:45h
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
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03:10
Principais movimentações das forças do MFA:
Senha 2 da Revolução de 25 de Abril de 1974
00:20 de José Afonso, segundo sinal do MFA, para que os militares dessem início às operações previstas.
A Rádio Renascença transmite a canção "Grândola, Vila Morena",
Grândola, Vila Morena, José Afonso, 1971
Zeca Afonso
⇔ ⇔ ⇔
El cantautor español Miguel Ángel Gómez Naharro realiza una versión de esta obra de José Afonso que en Portugal el 25 de abril de 1974, dio la señal para iniciar la Revolución de los claveles que a su vez propició la llegada de la democracia.
⇔ ⇔ ⇔
Revolução de 25 de Abril de 1974
portugal(252)
actualidade(125)
2010(105)
crise(93)
2009(71)
crise económica(66)
pensamento(65)
economia(61)
portugueses(60)
vídeo(54)
cultura(53)
lisboa(52)
história(50)
crise financeira(49)
ciência(48)
2011(46)
videos(44)
portugal-bem(43)
português(43)
provérbio(40)
política(38)
citações(37)
pensamentos(37)
cavaco silva(36)
interesse geral(33)
cavaco(31)
viajar cá dentro(31)
património(30)
turismo(30)
saúde(28)
democracia(27)
conhecimento(26)
foto(26)
frases(26)
música(26)
politicos(26)
recessão(26)
viagens(22)
desemprego(21)
estado da nação(21)
europa(21)
frase(21)
tourist(21)
25 de abril(20)
ética(20)
global(20)
investigação(20)
presidente(20)
arte(19)
obama(19)
fotos(18)
lisbon(18)
poesia(18)
portuguesa(18)
sociedade(18)
conduta(17)
eua(17)
finanças(17)
histórico(17)
neve(17)
poema(17)
porto(17)
revolução(17)
sismo(17)
ue(17)
barack obama(16)
crise politica(16)
frio(16)
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economia real(15)
educação(15)
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