LocalizaçãoCalçada de São Francisco nº 39, Largo da Boa Hora nº 1, Rua Nova do Almada nº 17-45
Freguesia: Mártires
DataSéculo XVIII
O convento foi fundado em 1633 por D. Luís de Castro do Rio no antigo sítio conhecido por
Pátio das Comédias contíguo ao Palácio do Conde de Barbacena. Viveram no convento os padres dominicanos irlandeses até 1659, altura em que foram transferidos para uma nova casa no Corpo Santo. O convento foi então cedido aos irmãos da Congregação de S. Filipe de Néri até 1677 e aos Reverendos Agostinhos Descalços, que entraram em Portugal sob a protecção da rainha
D. Luísa de Gusmão.
Lisboa, 09 Fev (Lusa) - O ex-Presidente da República Mário Soares considerou hoje "uma pouca-vergonha" a possível transformação das instalações do Tribunal da Boa-Hora num hotel de charme.
"É uma pouca-vergonha.
É preciso não deixar esquecer a memória histórica",
afirmou o antigo Presidente da República durante a sua intervenção na Conferência "Boa-Hora - Um Tribunal com História", promovida pela Associação dos Juízes Pela Cidadania, que decorreu hoje na Sexta Vara do Tribunal da Boa-Hora.
Por sua vez, o juiz desembargador Rui Rangel acusou o Governo de "falta de sensibilidade" ao querer afectar o Tribunal da Boa-Hora à recuperação da zona ribeirinha de Lisboa.
"Desta sessão saiu um movimento em defesa do Tribunal da Boa-Hora, que vamos agora concretizar para que, no fundo, seja um movimento expressivo de denúncia deste enorme escândalo que é retirar da Justiça este património valioso e decisivo", afirmou Rui Rangel.
Segundo o presidente da Associação, "a grande adesão" que se fez sentir na sala onde decorria a iniciativa demonstra "que, de facto, as pessoas estão preocupadas e querem preservar e ter carinho pela memória".
"Esta insensibilidade de destruir tudo o que é memória é uma coisa trágica", realçou Rui Rangel.
O edifício do Tribunal da Boa-Hora, um antigo convento na Rua Nova do Almada, faz parte de um conjunto de edifícios que o Governo pretende alienar, uma vez que vai concentrar no Parque das Nações as diversas varas criminais que ali funcionam e 25 serviços do Ministério da Justiça.
A transformação do edifício da Boa-Hora em hotel está prevista no plano da Sociedade Frente Tejo para a frente ribeirinha.
Pelo edifício da Boa-Hora, que deverá ficar vago até final de Julho, passaram julgamentos históricos como os realizados pelo Tribunal Plenário durante o salazarismo.
NM.
Lusa/fim